Apresentação

Me chamo Allan Pietri e sou bisneto de Amélia Capellato Tordin, filha mais nova de Ângelo Capellato e Carolina Bassan, resolvi escrever este breve relato sobre a vida de meus antepassados Capellato impulsionado pelo amor que sinto pela história de vida deles.

Família Capellato

Origens

Angelo Cappello, meu tataravô, nasceu em 17 de setembro de 1869 às 21 horas na comuna de Solesino, província de Pádua, na Itália e foi batizado na Igreja de Santa Maria Assunta de Solesino no dia 19 do mesmo mês.

Filho de Domenico Cappello e Teresa Lazzarin, sua família era originária de Solesino e tanto seu pai como sua mãe nasceram ali sendo o Ângelo o mais velho de 4 filhos.

A família era muito pobre e desde cedo o pequeno aprendeu o valor do trabalho, seu pai foi Bracciante, Contadino (agricultor) e por último Carrettiere (carroceiro), profissão essa que influenciaria fortemente a escolha de trabalho do filho.

Em virtude da situação econômica da família eles se viram obrigados a mudar frequentemente de cidade à procura de trabalho e embora fossem originários de Solesino moraram também em Stanghella, comuna vizinha de Solesino, e mais tarde em Ponso, em Pádua.

Em 1881, quando Ângelo tinha apenas 11 anos ficou órfão de pai, Domenico faleceu aos 36 anos de problemas no coração enquanto trabalhava em Ponso, depois dessa experiência tão traumática e dolorosa a família se mudou para Stanghella aonde Ângelo passou sua adolescência e possivelmente conheceu Carolina Bassan, que se tornaria sua esposa.

A jovem era originaria de Stanghella, nasceu ali em 10 de fevereiro de 1872 e era a filha mais nova de Antonio Bassan e Maria Cicchietto.

Ângelo e Carolina se casaram no dia 31 de julho de 1891 na comuna de Vescovana, Pádua e foram morar na fração de Pisana na comuna de Stanghella, ali nasceu Vittorio, o primeiro filho do casal em 1893.

Emigração e primeiros anos no Brasil

Em 1895, Ângelo decidiu emigrar para o Brasil em busca de uma vida melhor, deixando para sempre sua terra natal.

Chegaram no Brasil em 14 de maio de 1895 à bordo do navio S.Gottardo:
“Angelo Capello de 25 anos, chefe da família
Carolina Bassan de 23 anos, esposa
Vittorio Capello de 2 anos, filho
Luigia Bassan, de 28 anos, cunhada”

Foram para Campinas morar e trabalhar como agricultores na Fazenda Sete Quedas e algum tempo depois em outras fazendas da região.

No Brasil, seu sobrenome foi modificado de Cappello para Capellato por erro e ficou assim por toda a vida, também é encontrado com as grafias Capelato e Capelatto.

Em Campinas, nasceram 3 filhos: Antônio em 1897, João em 1899 e Domingos em 1901.

Valinhos

Após 1901, a família mudou-se para Valinhos e ali Ângelo trabalhou como Agricultor e Leiteiro por muitos anos, na cidade ele era conhecido como “Seu Angelo”.

Em Valinhos, nasceram mais 3 filhos: Natale em 1903, Emma em 1905 e Amélia em 1913.

Na década de 20, depois de quase 20 anos no Brasil e com muito trabalho duro e graças as economias guardadas, ele comprou um caminhão, esse que segundo a família foi o “primeiro caminhão de Valinhos” e começou a trabalhar com a ajuda dos filhos transportando os agricultores e suas ferramentas, em seguida comprou uma Jardineira e começou o trabalho de transporte coletivo na cidade, fundando assim a empresa Capelato, décadas depois, a família começou a trabalhar com ônibus assim se tornando sinônimo de qualidade e seriedade na cidade de Valinhos.

Angelo Capellato
Jardineira

Últimos anos de vida

Angelo Capellato

“Seu Angelo” foi um homem severo mas justo, muito trabalhador e sempre muito amável com os filhos e netos, aos netos sempre dava uma moedinha de tostão para que os mesmos comprassem doces.

Morou até o fim de sua vida na casa 413 na Avenida Independência (antiga Rua dos Coqueiros) aonde ‘morava com seu filho Natale e sua nora, sua esposa Carolina Bassan falecera algumas décadas antes em 11 de julho de 1938.

Quem o conheceu falava que o seu maior orgulho eram os seus longos bigodes, uma de suas características mais marcantes, nos últimos anos de vida também era comum vê-lo sentado em sua cadeira de balanço nos fundos de sua casa.

Faleceu em casa no dia 07 de dezembro de 1951, aos 82 anos, após muitos anos de trabalho e dedicação à família e à cidade de Valinhos.

Resumo sobre os Filhos

Ângelo e Carolina tiveram muitos filhos mas apenas 7 chegaram até a idade adulta, falarei brevemente sobre eles:

Vittorio

Vittorio (1893-1974), primeiro filho do casal, nascido na Itália, em Stanghella, Pádua. No Brasil, casou-se com Emma Cocco e morou na Avenida Independência.

Antonio

Antonio (1897-1969), segundo filho do casal e primeiro nascido no Brasil, em Campinas, nuncase casou. Acreditamos que seu nome seja uma homenagem ao pai de Carolina Bassan que falecera em 1896.

João

João (1899-1976), terceiro filho do casal,também nascido em Campinas, casou-se com Rosa Negrello e após a morte dela casou-se com Mercedes Gragnani, viveu muitos anos em Campinas, aonde tinha uma quitanda na RuaJosé Paulino.

Domingos

Domingos (1901-1969), quarto filho do casal, assim como os filhos anteriores nasceu em Campinas, foi casado com Maria Terin e após a morte dela com Concheta Paffaro. Acreditamos que seu nome seja uma homenagem ao pai do tataravô Angelo pois Domenico em português é Domingos.

Natale

Natale (1903-1964), quinto filho do casal e o primeiro a nascer em Valinhos, foi casado com Júlia Baldin e após a morte dela casou-se com Antônia Pera, morava com a família na casa na Avenida Independência 413.

Emma

Emma (1905-1981), sexta filha do casal nascida em Valinhos, foi casada com Antônio Negrello e morava na Avenida Independência.

Amélia

Amélia (1913-1989), sétima filha do casaltambém nascida em Valinhos, foi casada com Mário Zanotello e posteriormente após a mortedo mesmo se casou com Luiz Tordin, é aminha bisavó.

Conclusão

Seu Ângelo, os filhos, netos e bisnetos transportaram os Valinhenses por mais de 100 anos com qualidade e segurança, agora a empresa continua com os bisnetos embora com outros nomes e o legado da família Capellato continuará para sempre na cidade de Valinhos.